terça-feira, 10 de maio de 2016

Das tantas vezes que fracassei.

Fracassei, tenho que admitir.
 

Em tudo que é área eu logrei alguma espécie de desastre. Nunca fui funcionário do mês, com foto cafona na parede do trabalho; sempre fui um filho relapso, às queixas de minha mãe, passei muito tempo enfurnado no quarto; não viajei à Europa e fiz mochilão; no banco não tenho um tostão guardado; nunca saí em revista; ganhei sequer uma rifa; fui goleiro reserva do time do bairro. 
Minha lista de derrotas é densa, profunda, sórdida e questionável. Mas no amor, meu jovem... No amor eu consegui ser pior do que no golf – que comprei uma coleção de tacos, mas sequer sei onde há um campo. 
O amor me ferrou a vida, mas ele não é em tudo culpado, eu também vacilei com ele um tanto. Ele brincou comigo, me fez de gato e sapato, deu-me algumas surras e até quando achei que ganhava, me pegou de virada. O próprio amor me ensinou, a duras penas, que não devia me entregar a amor barato. Só nunca me disse onde vejo o preço. Ah, o amor foi, sim, meu maior fracasso.
O amor foi meu algoz e o porquê só hoje eu sei. Nunca soube tratá-lo, o que é que comia, onde dormia ou se precisava podá-lo. Mas, pelo que vejo, eu sou mesmo uma porta, porque sinto que nessa lista ainda cabe mais pancada amorosa.
Pois eu amei. Amei e continuarei. Se tantas vezes fracassei é porque tantas e uma vezes tentei.

Um comentário:

  1. Eu comecei a fazer poesias depois de acompanhar pelo instagram, e sentir a arte da palavra destronar à escuridão do meu coração.

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