Cansa-me essa gente reta
Que se julga profeta
Fala pelo costume e
moral
Põe, ela, o dedo em
riste
Aponta o certo, o belo,
o triste
Tem o peso do bem e do
mal
Pra toda estrada, o
Norte
Pra toda vida, uma fôrma
Pra todo poema, soneto
Pra toda prosa, chatice
Gente certa demais
Não sabe aonde vai
Porque importa é a marcha
Importante é o jeito
Acaba voltando pra trás
Muito além de onde veio
Enjoa-me a exatidão de
postura
Gente relógio que não
perde compasso
Não titubeia nem erra de
lado
Fazendo crer que a vida é
um tanto mais dura
Mal sabem esse pobres
quadrados
Que não se dança uma
valsa sem balanceio