quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Cansa-me essa gente reta
Que se julga profeta
Fala pelo costume e moral
Põe, ela, o dedo em riste
Aponta o certo, o belo, o triste
Tem o peso do bem e do mal

Pra toda estrada, o Norte
Pra toda vida, uma fôrma
Pra todo poema, soneto
Pra toda prosa, chatice

Gente certa demais
Não sabe aonde vai
Porque importa é a marcha
Importante é o jeito
Acaba voltando pra trás
Muito além de onde veio

Enjoa-me a exatidão de postura
Gente relógio que não perde compasso
Não titubeia nem erra de lado
Fazendo crer que a vida é um tanto mais dura

Mal sabem esse pobres quadrados

Que não se dança uma valsa sem balanceio

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