Seu
olhar é mar. Imensidão.
Insisto
em afogar minh’ alma em cada um de seus cílios.
Não
tenho asas. Ignoro.
Jogo-me
de dorso no abismo do seu peito e vivo a intensidade.
Grandes
avenidas do seu corpo. Trafego.
Cada
um de seus beijos é fumaça e eu abarroto os pulmões.
Entre
meus goles e seus pliés. Entrego.
São
suas coxas a locomotiva que lançou meu coração ao chão.
Na
sua sóbria perspectiva, embriago.
Mesmo
quando sobrevivo às diárias tentações indizíveis, durmo em seu pecado.
Suas
mãos são facas. Abrace-me.
Corta
meu juízo e língua. O amor é sem razão, mas não sei alegar.
Faço o que prometia evitar. Penhoro o que não devia apostar.
Sem
saber quando vem. Espero.
Sentado
sob as maldades do tempo, arrisco a frágil saúde pra ver sua chegada.
Aos
seus perigos todos, sou nu.
Mesmo
no veneno que escorre em seu doce ciúme, me lambuzo.
Moça,
sou seu. Nem há escolha, eu juro.
Destroce-me
a vida como quiser, a quantos golpes puder, só não me mate de saudade.