domingo, 5 de junho de 2016

Destroce-me a vida como quiser, só não me mate de saudade.


Seu olhar é mar. Imensidão.
Insisto em afogar minh’ alma em cada um de seus cílios.
Não tenho asas. Ignoro.
Jogo-me de dorso no abismo do seu peito e vivo a intensidade.
Grandes avenidas do seu corpo. Trafego.
Cada um de seus beijos é fumaça e eu abarroto os pulmões.
Entre meus goles e seus pliés. Entrego.
São suas coxas a locomotiva que lançou meu coração ao chão.
Na sua sóbria perspectiva, embriago.
Mesmo quando sobrevivo às diárias tentações indizíveis, durmo em seu pecado.
Suas mãos são facas. Abrace-me. 
Corta meu juízo e língua. O amor é sem razão, mas não sei alegar.
Faço o que prometia evitar. Penhoro o que não devia apostar.
Sem saber quando vem. Espero.
Sentado sob as maldades do tempo, arrisco a frágil saúde pra ver sua chegada.
Aos seus perigos todos, sou nu.
Mesmo no veneno que escorre em seu doce ciúme, me lambuzo.
Moça, sou seu. Nem há escolha, eu juro.

Destroce-me a vida como quiser, a quantos golpes puder, só não me mate de saudade.