quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Eu lhe convido a fazer de alguns amanhãs um hoje também.


Eu lhe convido à tarde quente que esse céu azul real trouxe pra gente
Deitar-me em sua calma macia e amparar minha inquietude silente
Deixar-me, nas conversas vazias, provocar todo seu ego discretamente
Eu lhe convido a olhar a imensidão reservada pra nós sob o firmamento
Reparar a inutilidade da urgência e da pressa espalhada nos dias
Perceber a grandeza que o amor verdadeiro toma todo detalhe disperso

Eu lhe convido a me dar alguns dos espaços no seu relógio parado
Sairmos os dois das linhas traçadas pelo destino cansado
Bailarmos então nossa valsa feita de damurida e carimbó
Eu lhe convido a aproveitar o momento de cada instante e não mais
Só agora guardar um único infinito horizonte mutável
Arregaçar as mangas do tempo e fazê-lo trabalhar pra gente

Eu lhe convido a tirar de mim qualquer pedaço que lhe apeteça
Consumir meus sentimentos todos dentro de suas validades vincendas
Arrancar-me da zona de conforto que, em verdade, sufoca o presente
Eu lhe convido a aproveitarmos a nós, a sós, só hoje
E quem sabe assim você descubra que lhe convém
Fazer de alguns amanhãs um hoje também

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